Vigilância apura possível intoxicação alimentar em restaurante da USP de Piracicaba após estudantes passarem mal
18/07/2025
(Foto: Reprodução) Alunos durante atos, em 2022, pela qualidade da alimentação no campus da USP em Piracicaba e fim da terceirização do restaurante universitário
Claudia Assencio/g1
A Vigilância Sanitária esteve, nesta quinta-feira (17), no restaurante universitário do campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP) para apurar possíveis causas que levaram estudantes a denunciar que têm passado mal após comer no local nos últimos dois dias.
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A prefeitura do campus afirmou ao g1 que recebeu 11 denúncias formais até a tarde desta quinta-feira. Segundo a administração, os universitários relataram sintomas diversos após se alimentarem no Restaurante Universitário (Rucas), como desconfortos gastrointestinais, diarreia, febre e vômito.
O g1 apurou que as denúncias envolveram integrantes da graduação e pós-graduação que frequentaram o restaurante durante o almoço e/ou jantar de terça (15) e quarta (16) e que escolheram opções com e sem carne animal.
Uma das estudantes ouvidas pelo g1 afirmou que o Rucas continuou aberto na tarde de quinta-feira.
Investigações
A Vigilância Sanitária coletou 29 amostras para fiscalização e o resultado dessas análises está previsto para ser disponibilizado no início da próxima semana, segundo a Prefeitura do Campus.
“Estamos empenhados em identificar se a fonte desse mal-estar relatado pelos acadêmicos é decorrente da alimentação servida no RU”, escreve o Prof. Dr. Luciano Mendes, Prefeito do Campus "Luiz de Queiroz".
Edifício Central da Esalq/USP em Piracicaba (SP)
Bruno Leoni/g1
Estudantes buscam atendimento médico
A universitária Julia Sampaio informou que jantou no Rucas na noite de quarta e que buscou um pronto socorro da rede particular para atendimento médico na manhã desta quinta-feira.
“Fiquei a madrugada inteira com dores estomacais, vômito e diarreia. Precisei tomar soro e medicamentos intravenosos. Não pude ir ao estágio também devido a esta condição", afirma a estudante.
Ela disse que começou a desconfiar de que os sintomas poderiam ser decorrentes da alimentação no Rucas após ouvir relatos semelhantes de outros estudantes nas redes sociais.
Outra estudante, que não quis se identificar, afirmou ao g1 que procurou o Pronto Socorro de Rio das Pedras (SP) para tomar soro.
Ela disse que almoçou na quarta-feira e que começou a passar mal uma hora após a alimentação. Ela teve diarreia, calafrios, dor de cabeça, febre e enjoo.
“Fui para o Pronto Socorro, vomitei. Fui atendida, tomei soro e outras medicações. Hoje, quinta-feira, ainda não estou 100%, tanto que nem consegui ir à faculdade realizar as atividades que costumo fazer durante as férias”, afirma a estudante de pós-graduação ao g1.
O mestrando João Humberto também procurou atendimento em uma rede particular de Piracicaba nesta quarta-feira.
"O médico comentou que eu era a quinta pessoa da Esalq com o mesmo quadro clínico. Ele pediu um exame da sangue e deu, realmente, grau de inflamação do corpo", afirma.
Estudante da Esalq é medicado após relatar intoxicação alimentar decorrente de refeições no Rucas
Arquivo pessoal
O g1 ainda conversou com outras quatro pessoas que não buscaram atendimento médico, mas que afirmaram se alimentar no local e passar mal logo em seguida.
"Eu e todos meus colegas que dependemos das refeições do restaurante estamos com medo de comer lá novamente", afirma o estudante Felipe Ferraro, que relatou mal-estar.
Intoxicação alimentar
A Vigilância Sanitária de Piracicaba informou que, até a manhã de quinta-feira, não houve registros de intoxicação alimentar nos serviços de saúde que referenciaram o restaurante da Esalq/USP.
A Prefeitura do Campus da USP de Piracicaba também afirmou que a Unidade Básica de Saúde do Campus não diagnosticou alunos com esta condição.
Rucas
O prefeito do Campus afirmou que a empresa terceirizada atua no restaurante universitário desde novembro de 2024 e que o restaurante tem alvará sanitário válido e vistorias regulares.
Importância do restaurante universitário: o local oferece café da manhã, almoço e janta com valores acessíveis para a comunidade acadêmica, contribuindo para a permanência e desempenho dos estudantes na universidade.
O g1 buscou contato com a empresa tercerizada, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
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