Conheça a história de Vitória, cadela vira-lata que visitou o túmulo da tutora até morrer e ganhou estátua em lápide: 'Amor incondicional'

  • 16/08/2025
(Foto: Reprodução)
Cadela vira-lata visitou túmulo da tutora até morrer e ganhou estátua em lápide A relação de amor, amizade e companheirismo entre uma jovem e uma cachorra vira-lata caramelo está eternizada há mais de 100 anos em um cemitério de São José dos Campos, no interior de São Paulo. A cadela morava nas ruas, até que foi adotada pela jovem Oscarina Guimarães, aos 18 anos. A cachorra ganhou um lar, foi batizada de Vitória e se tornou amiga e companheira da jovem. Após a tutora Oscarina Guimarães falecer de tuberculose aos 21 anos, no início do século XX, a cachorrinha Vitória passou a visitar o túmulo da tutora diariamente. Segundo o biógrafo Estêvão Zizzi, a cachorrinha não aceitava deixar o cemitério. Ela passou meses sofrendo, ficando deitada no túmulo da melhor amiga que havia partido. Um ano após a morte da tutora, a cadela, que passou a rejeitar alimentos e água, também faleceu. Ela morreu deitada em cima do túmulo da tutora e foi enterrada de frente para a lápide onde passou o último ano de vida. Em homenagem à lealdade e ao companheirismo da cachorra com a tutora, foi construída uma estátua de Vitória em cima do túmulo de Oscarina, como se a cadelinha estivesse deitada - forma como ela costumava ficar no local após a perda da tutora. Conheça a história de Vitória, cadela vira-lata que visitou o túmulo da tutora até morrer e ganhou estátua em lápide: 'Amor incondicional' Foto 1: Heitor Bassa | Foto 2: Ana Abranches | arte/g1 A história, que parece de filme, virou livro nas mãos do biógrafo Estêvão Zizzi, advogado e escritor paulista que mora em Vitória, no Espírito Santo, cidade natal de Oscarina e Vitória. O escritor conta que foram três anos de estudos, lendo arquivos de jornais em bibliotecas, diários de Oscarina e tentando falar com parentes da jovem, até que o livro foi concluído. Segundo o escritor, Oscarina era de uma família de empresários capixabas. A jovem enfrentou desde cedo problemas pulmonares, sem diagnóstico preciso. Na esperança de salvar a filha, o pai percorreu diversos estados em busca de tratamento. A jovem foi diagnosticada com tuberculose e se mudou com o pai para São José dos Campos, cidade no interior de São Paulo que era referência no tratamento de tuberculose no século passado. Na cidade, ela ficou cerca de dois meses, até que a doença a matou. Mesmo no momento em que a tutora estava prestes a morrer, a cadelinha Vitória teve um papel decisivo: foi a cachorra que foi atrás do pai da jovem, para avisar que a filha dele precisava de ajuda. “O amor que o animal tem para o ser humano é incrível. A Oscarina estava mal e o pai dela havia saído para comprar pão. Nisso, a cachorrinha foi atrás dele na padaria, chegou e puxou a barra da calça do pai, dando um sinal pra ele voltar e ver a filha. O pai, ainda sem entender muito, voltou pra casa e viu que a filha estava muito ruim. O médico veio na hora, mas ela morreu no mesmo dia”, afirmou o biógrafo. Oscarina Guimarães faleceu de tuberculose aos 21 anos, no início do século XX Arquivo pessoal Após a morte de Oscarina, a cachorrinha fez morada no Cemitério Municipal Padre Rodolfo Komorek, que fica na região central de São José dos Campos. “A cachorrinha ficou ali e não saiu mais. Ela ficava sempre deitada em cima do túmulo ou ao lado, dormia ali, ficava sempre rondando a lápide da tutora. Foi assim durante um ano, até que a cachorrinha também morreu. Ela ficou em depressão, sem comer e faleceu ao lado do túmulo. A família ficou sabendo da morte de Vitória e mandou fazer a estátua da cachorrinha em cima da lápide de Oscarina”, contou. Apesar de doença que matou Oscarina e o desfecho triste, Estêvão defende que, juntas, Oscarina e Vitória viveram muitas alegrias. Uma era a melhor amiga da outra. “A Oscarina punha muita força de vontade de querer vencer, tinha esperança de se curar da tuberculose. Nos diários, ela dizia que acreditava que iria melhorar. Ela era apaixonada pela Vitória, sempre conversando com a cachorrinha e levando ela pra todos os lugares que ia. Ela dizia para a cachorrinha que iriam vencer e que estariam sempre juntas”, afirmou. “O nome de Vitória para a cachorrinha, inclusive, teve duas origens. A primeira foi uma homenagem para a cidade onde moravam no Espírito Santo, que foi onde elas se conheceram. O segundo era no sentido de vencer, de acreditar que seria curada e que a cachorrinha era um símbolo de esperança que estaria com ela”, completou. Para Estêvão, a história é um exemplo de amor incondicional e merece reconhecimento tanto quanto o caso do cachorro Hachiko, o cão que continuou esperando pelo dono em uma estação de trem no Japão muito tempo depois da morte dele. “É emocionante. Me sensibilizei tanto com essa história, a Vitória é um exemplo de amor e de apego do animal. Eu vejo o amor que as pessoas têm pelos bichinhos, é muito difícil a solidão que muitas pessoas estão dentro de casa, não têm ninguém da família, mas quem a pessoa encontra para ter amizade é um gatinho, um cachorrinho que trata como filho. São os animais que as pessoas solitárias têm de amigos. Por vezes, tem muito mais parente animal do que parente humano dentro de uma casa”, afirmou. “Quando terminei o livro, a minha vontade era voltar no tempo, pra tentar mudar alguma situação. Puxa vida, se eu estivesse vivo naquela época, a cachorrinha seria cuidada, tentaria de alguma forma dar carinho e acalentar a dor que ela sentiu ao perder a Oscarina”, finalizou. O livro com a biografia da jovem e da cachorrinha chama 'Oscarina e Vitória: Alma e Coração' - saiba mais clicando aqui. Conheça a história de Vitória, cadela vira-lata que visitou o túmulo da tutora até a morte e ganhou estátua em lápide: 'Amor incondicional' Divulgação Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina

FONTE: https://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2025/08/16/conheca-a-historia-de-vitoria-cadela-vira-lata-que-visitou-o-tumulo-da-tutora-ate-morrer-e-ganhou-estatua-em-lapide-amor-incondicional.ghtml


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