Bebê morre após ser levada a hospital pelo pai com marcas de agressão
16/08/2025
(Foto: Reprodução) Segundo a polícia, bebê vivia em ambiente insalubre, em Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
Um homem de 31 anos foi preso suspeito de agredir a filha, uma bebê de três meses, em Anápolis, região central de Goiás, segundo a Polícia Civil. Ao g1, a delegada Aline Cardoso contou que a criança morreu dias após ter sido atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade com traumatismo cranioencefálico.
O nome do suspeito não foi divulgado. O g1 não conseguiu localizar a defesa dele.
A agressão ocorreu na segunda-feira (11), e a morte da criança foi confirmada pelo hospital à Polícia Civil na quinta-feira (14). De acordo com a delegada, o suspeito deu entrada em uma UPA com a criança alegando que ela teria se engasgado com leite.
"A criança já chegou em parada cardiorrespiratória. No entanto, a versão do pai logo foi contestada pela equipe médica, que constatou que a criança apresentava lesões incompatíveis com o relato de engasgo", afirmou Aline.
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A bebê passou por exames e uma tomografia constatou que ela estava com um traumatismo cranioencefálico grave, segundo a delegada.
Com o resultado, a equipe médica chamou o Conselho Tutelar, que entrou em contato com a polícia. Os agentes foram até o local e o suspeito foi preso em flagrante e autuado por tentativa de homicídio.
Com a confirmação da morte, a delegada destacou que ele agora será autuado por homicídio qualificado, devido a "Lei Henry Borel", que estabelece medidas protetivas para crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica e familiar.
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De acordo com Aline, a polícia ainda aguarda a conclusão do laudo cadavérico da bebê para confirmar se a morte foi diretamente provocada pela agressão.
"O laudo é capaz de afirmar [que o trauma] foi causado por um meio de ação contundente, mas não foi localizado, durante uma busca e apreensão na casa do casal, nenhum objeto — como um pedaço de madeira — que levasse a crer que foi usado como instrumento do crime", explicou Aline.
A delegada explicou que a lesão também pode ter sido causada pelo suspeito ter batido a cabeça da bebê em algo, mas isso ainda está sendo investigado.
Aline contou que a mãe da criança também vai responder por maus-tratos, devido a denúncias anteriores feitas ao Conselho Tutelar e à polícia sobre gritos vindos da casa e supostas agressões contra a bebê e outros três filhos do casal. As outras crianças passaram a viver com a avó após o caso ter chegado ao Conselho Tutelar.
Segundo a polícia, filhos de casal viviam em situação insalubre, em Goiás
Divulgação/Polícia Civil
Depoimento
Após ser preso, o suspeito insistiu na história do engasgo, mas tentou alterar a versão após ver o laudo, de acordo com a delegada.
"Quando a gente mostrou o laudo, ele tentou justificar que talvez possa ter batido a cabeça da criança sem querer na madeira do sofá enquanto fazia uma manobra para ressuscitar, ou que pode ter sacudido a criança enquanto corria para pedir socorro, mas as explicações não justificam as lesões que a bebê apresenta", explicou Aline.
A mãe da criança também foi ouvida no dia em que o pai foi preso e afirmou à polícia que estava trabalhando e deixou a bebê com o marido quando o fato aconteceu. Segundo a instituição, ela foi liberada após prestar depoimento.
Denúncias ao Conselho Tutelar
A delegada Aline explicou que, em março, surgiram denúncias de vizinho de que o casal gritava muito com as crianças e o pai também agredia os filhos. Além disso, as denúncias também mencionavam que a casa era muito suja e que os menores viviam em situação de maus-tratos e abandono.
Aline destacou que as queixas foram acompanhadas pelo Conselho Tutelar e que, após o nascimento da bebê de forma prematura, o conselho acompanhou a liberação hospitalar dela, que foi entregue à avó materna em junho, junto com os demais filhos do casal após apuração do órgão sobre a situação insalubre em que as crianças viviam.
A polícia ainda busca confirmar o dia em que os pais buscaram a bebê sem comunicar o Conselho Tutelar, mas segundo a delegada, as investigações apontam que pode ter acontecido cerca de duas semanas antes do fato.
Por conta disso, Aline explicou que a avó também poderá responder criminalmente.
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